quarta-feira, janeiro 30, 2008

Puxão de orelha do Eduardo

Para quem quer ter um blog é só não fazer o que eu faço e seguir estes passos do Eduardo:

Vocês já deram uma olhada nos blogs menos votados do Ibest? Que dá para levar a sério, do blog Entrelinhas (15ª colocação) para baixo, não me lembro de nenhum. Ah, e ainda é preciso excluir o "Xô CPMF" (14ª colocação) - que, além de extemporâneo, é uma droga - e incluir o do Gabeira (16ª colocação) e o do Roberto Jefferson (17ª colocação), que, por razões óbvias, têm o que dizer sobre política, por mais que se discorde deles. Ah, e o do Josias de Souza, claro. Não gosto dele, mas ele tem o que dizer, até por obrigação.

Agora, não me xinguem, mas cadê o blog da outra "Menina do Jô"? Uma está lá, mas cadê as outras? A Lúcia Hipólito (é assim que se escreve?), por exemplo, tem um blog e aparece até na tevê toda hora...

Se não me falha a memória, inclusive, os menos votados são todos de direita. Mas não são daquela direita mais intelectualizada, como o blog do Josias ou do Noblat, que se pode lê-los e ter alguma reação além do desprezo. Esses blogs que mencionei são de uns aspirantes a reacionário e papagaios de telejornal, como diz o Max Gonzaga, autor da Balada da Mídia Golpista.

Por isso, sugiro que alguém inscreva o blog do Miguel do Rosário ou o Bué de Bocas, por exemplo. Não faço isso porque estou na competição e qualquer coisa que eu fizer em relação a ela pode ser interpretado como tentativa de influir em seu resultado. Só faço esta sugestão porque estão faltando blogs de esquerda ou independentes no Ibest, apesar de os mais votados serem de esquerda ou independentes - com as devidas exceções do blog do Reinaldão doidão, o do Pefelão e um de direita lá.

Aliás, seria interessante que mais gente de esquerda criasse blogs. Então, gostaria de passar meu ponto de vista sobre o tipo de blog que me desperta o interesse. Claro que é apenas a minha visão, uma visão de alguém de fora do meio jornalístico e político, de um "outsider", mas que pode servir, de alguma maneira, para que você crie o seu blog.

1 - O ponto principal no qual acredito que um blog deve se apoiar é no uso do Idioma. Não tem nada mais desagradável do que ler um texto mal escrito. Assim, é melhor demorar dois dias para publicar um texto do que publicá-lo sem a devida revisão. Se você não domina bem o português, não pague mico. Adie a criação do blog e, nesse intervalo, estude português e leia. Muito.

2 - Em minha opinião - e é polêmica, porque muitos blogs bons são diferentes -, o visual de qualquer página de internet ou mesmo impressa deve ser "limpo". Excesso de links, de informações, confunde o leitor.

3 - A argumentação sólida é fundamental. Nesses blogs menos votados que mencionei, atacam o governo com frases feitas, com suposições, nada de concreto. Ora, fazer críticas fundamentadas a um governo, a qualquer governo, é a coisa mais fácil do mundo. Quem não consegue fazer uma só crítica apoiada em mais do que ilações e opinionismo não pode mesmo ser levado a sério.

4 - Não adianta criar um blog e não alimentá-lo diariamente. Ele morre de inanição. Por isso, se você não tiver tempo ou tiver crises de inspiração, não crie blog nenhum.

5 - Não opine sem se informar. Não apóie ou rejeite tese nenhuma sem conhecê-la bem. Se não puder tratar de um assunto como quer, porque os fatos brigam com você, coloque esse assunto de lado se não quiser admitir que está errado, o que não é vergonha nenhuma, é sempre bom lembrar.

6 - Não encha lingüiça. Você só tem alguma coisa a dizer sobre um assunto se ele realmente ocupar suas reflexões. Quem reflete, tem o que dizer. Tratar de um assunto só porque todo mundo está tratando dele fatalmente redundará em conversa jogada fora.

7 - Evite os chavões. Não copie expressões, termos, estilos. Seja original. Todos temos nossas formas particulares de nos expressar e todas elas são eficientes, pois do contrário você não se comunicaria com o mundo.

No momento, é isso o que tenho a sugerir. O que eu tinha na cabeça sobre o que me atrai num espaço informativo, está tudo aí em cima. E lembre-se: o que atrai o leitor é o que ele não encontra em outro lugar. E o que ele não encontra em outro lugar não é o fato em si, mas a forma de tratá-lo. Trate os fatos de uma forma que acrescente algo a eles e terá leitores.

É importante que mais pessoas criem blogs, sites, escrevam para jornais, enfim, que participem das grandes questões contemporâneas. O que falta neste país é participação dos cidadãos. Ao criar um meio de comunicação, você começa a se tornar parte do debate público e, dai em diante, a vontade de sair do imobilismo aumenta.

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É isso aí moçada! Vamos botar a boca no mundo!

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